domingo, 31 de agosto de 2014

Saudades de um grande amigo

Caros Amigos e Amigas

            Hoje é uma data muito triste para todos nós da família, hoje faz um mês que o nosso bebê Apolo nos deixou, foram oito anos de muita alegria, amor, bondade foi muito tudo e com muito exagero mesmo. 

            Temos muitas saudades de você e sei que nada vai nos confortar nem mesmo o tempo irá fazer isso (pelo menos comigo), a saudade de você só aumenta a cada dia, em cada canto da casa tem você, seja no meu quarto, na sala, na cozinha, na escada, você esta fazendo muita falta.
                                                            
                                           Apolo, O labrador diferente

O ano é 2006, precisamente 06/04/2006, nascia o que seria um ser que mudaria as nossas vidas para sempre, seu coraçãozinho batia como uma bateria de escola de samba, seus olhinhos ainda fechados procurava o seu alimento para matar a sua fome. Sempre tivemos animais de estimação em casa, seja um passarinho, seja um cachorro. 

Certo dia estava eu trabalhando quando soube que uma colega do trabalho que tinha uma labradora e que havia dado cria e não havia sobrado mais nenhum filhote e que a próxima ninhada um dos filhotes seria meu, pois a cachorra teve outra cria, eu disse a ela que eu queria um filhote, passou algum tempo a cachorra ficou prenha e ela me disse que essa nova cria um dos filhotes seria meu. Pois bem o dia havia chegado. 

Havia comentado com minha noiva que iria ganhar um cachorro por telefone, quando toca a segunda linha fui ver quem era e era a colega do trabalho perguntando se eu realmente queria um filhote, eu disse que sim. Voltando com a conversa com minha noiva ao telefone pedi para ela que a sobrinha dela escolhesse o nome do cachorro, ela disse que sem problema, nos despedimos e depois de cinco minutos toca o telefone, era minha noiva dizendo que a sobrinha já havia escolhido o nome do novo integrante da família, ela tinha perguntado se era menino ou menina e a princípio ele tinha escolhido Tobi, achei que não combinava com aquele cachorro, mas como eu tinha pedido para ela escolher o nome decidi deixar, minha noiva desligou o telefone, depois ela me ligou novamente e disse que a sobrinha tinha escolhido outro nome, dessa vez era Apolo, ficou bem mais agradável e assim foi feita a vontade da sobrinha dela.

Chegando ao serviço eu vi aquela coisinha linda, uma bolinha preta cheia de energia e alegria como todo filhote. 

Passei o dia todo ansioso para ir embora para casa e mostrar a novidade para todos em casa. Chegou o momento de ir para casa, arrumamos uma sacola grande para levá-lo, tinha me esquecido que ele estava dentro do carro e brecava bruscamente às vezes e ele rolava dentro da sacola (risos), quando cheguei em casa com aquela sacola enorme eu a coloquei sobre a cadeira, foi quando minha mãe perguntou o que havia dentro daquela sacola, falei que eram alguns catálogos de fornecedores, mas a sacola se "mexeu", minha irmã logo matou a charada dizendo que era um cachorro.     
  
Minha mãe sem perder tempo logo disse "Eu não quero cachorro, pode devolver", eu disse que não iria devolver que eu queria muito um cachorro.

Meu pai disse a mesma coisa, e ainda questionou "ou eu ou o cachorro", sem dizer nenhuma palavra para ele e apenas com olhares no cachorro e outro para meu pai, ele, meu pai, saiu e não disse nada. No dia seguinte ele fez as malas e foi para praia, ficou por lá por um mês, e sempre perguntando se eu já havia devolvido o cachorro e as respostas sempre às mesmas, "não vou devolver o cachorro". Com o passar dos anos meu pai amoleceu e cedeu seu amor ao Apolo, para aonde meu pai ia ele o acompanhava era um grude com meu pai e como diz um antigo ditado, “água mole pedra dura, tanto bate até que fura” e assim aconteceu, ele conquistou de vez meu pai, e minha mãe certa vez ouviu meu pai dizer á frase que marcou muito todos nós e principalmente meu pai, meu pai disse “sabe Apolo que eu estou te amando”.

Ele começou a dormir comigo no quarto, tive que forrar o chão com jornais para não sujar com as suas necessidades, tive que comprar uma bolinha com um sino dentro para eu ver onde ele estava, pois ele preto e não tinha como vê-lo à noite, mas todo dia de manhã tinha que tomar cuidado para não pisar nas "bombas" deixadas durante a noite e madrugada (risos).

Ele tomou as vacinas que todos os filhotes têm que tomar até poder sair na rua, os meses, os anos foram se passaram e o Apolo foi crescendo cada dia mais bonito, fazendo dos nossos dias mais alegres e felizes.

Certa vez (ele ainda filhote), minha mãe havia se esquecido no chão um fertilizante para adubar as plantas aqui em casa, foi quando nos dermos conta que o Apolo tinha comido o fertilizante, liguei rápido para a veterinária e contei o que havia acontecido, foi que ela tinha dito para darmos clara de ovo para ele e que era a melhor coisa para fazer. Pensei comigo, “como vou fazer para dar isso para ele”, não esperei muito e fiz o recomendado pela veterinária, para minha surpresa ele comeu tudo e ainda queria mais (risos). Outro fato engraçado foi quando ele derrubou da mesa um pacote de farinha de trigo, ficou com a cara toda branca (risos novamente).

Ele nunca foi um labrador como os outros, muitos dizem que a raça é muito agitada, bagunceira e com muita energia, o que é verdade mesmo, mas ele era diferente dos demais, sempre com seus brinquedos (bolinhas) e os seus cheirosos (camisas velhas) e algumas garrafas pets eram as suas diversões.

Nós o acostumamos sempre com boa alimentação, ele adorava banana, maçã, pera, talos de folhas, sempre que alguém comia essas frutas ele ficava olhando e esperava que nós déssemos um pedaço para ele. Quando ele comia seja no almoço ou na janta sempre tinha uma fruta, no almoço era uma banana e na janta maçã, há de quem querer comê-las levava uma bronca dele, dizendo, “essa maçã e/ou banana são minhas”.


Ele parecia o porteiro daqui de casa, sempre que tocava a campainha ele corria como um doido para saber quem era que tinha chegado, ele poderia estar comendo que saia como um louco para saber quem era e cuide-se quem estivesse na frente dele que ele derrubava todos.

Ele sempre foi um cachorro muito carinhoso, amoroso, sempre que alguém estava triste ele colocava sua cabeça no colo dizendo que poderia contar sempre com ele e que tudo iria passar e ficar melhor, às vezes parecia que ele entendia o que se passava com a gente.

Em sua primeira vez na casa da praia não foi muito legal, pois como ele sempre andou em piso liso as suas patas eram lisinha e lá o chão é cimentado e acabou machucando elas, tivemos que usar um medicamento de uso humano, mais precisamente um que as mulheres usam, (medicamento vaginal) e tivemos que enfaixar as quatro patas, sim ele conseguiu machucar todas as quatro de uma só vez, e o pior é que estava chovendo, imaginem o sufoco que foi fazer com que ele ficasse quieto em um canto.

Outro trauma na praia foi o banho no chuveirão, em toda casa do litoral tem aquele famoso chuveirão do pós-praia ou pós-churrasco para curar as bebedeiras, eis que meu pai resolveu dar banho nele lá, (ele sempre tomou banho quente) a partir daí ele ficou com trauma de tomar banho, toda vez que se falava, “vamos tomar banho” ele se escondia embaixo das cadeiras e não havia cristo que fazia com que ele saísse de lá para tomar banho e nem ver meu pai com um short azul que ele sempre usava quando dava banho nele.

Agora queria ver uma alegria para ele era dizer a palavra mágica que ele nunca teve medo, era a palavra passear ou ver que pegávamos a sua coleira ele ficava todo elétrico, agitado, parecia uma criança quando ganha um presente que tanto quis. Ir para praia era uma diversão só para ele, era ver a gente arrumar as coisas no carro que ele ficava pra lá e pra cá só observando se íamos pegar as suas coisas e levá-lo e era o primeiro a entrar no carro, isso quando não entrava sozinho e ficávamos o procurando, lá estava ele com a sua língua esperando sair com o carro.

Passaram-se oito anos e chagamos em 2014, precisamente em Julho quando tudo mudou em nossas vidas, quem percebeu a mudança no seu comportamento foi meu pai, pois toda vez que ele pegava a chave para ir até o portão o Apolo ia junto e ficava sentado na calçada olhando a rua, nesse dia ele ficou para o lado de dentro sem esboçar qualquer vontade de ficar lá fora, com o passar dos dias minha mãe também notou esse comportamento estranho, foi quando após a janta nesse dia ele sequer esboçou reação ao levantar a cabeça para comer. (ele sempre ficou esperando sentado e de cabeça erguida nós cortarmos a maçã e dar para ele).

Parecia que sentia muita dor, pois toda vez que nós o tocava ele tremia, foi então que corremos para o veterinário e o mesmo passou alguns remédios e até que por certo tempo fazia o efeito desejado e logo depois do fim do efeito ele voltava com esses sintomas.

Foi-nos sugerido fazermos um raio-X para saber se era algo ligado á coluna então fizemos isso e nada foi encontrado no raio-X, então a veterinária sugeriu que fizéssemos uma tomografia e disse que poderia ser um problema neurológico, fomos em outro veterinário para ter uma segunda opinião e ele indicou para minha irmã um neurologista que confirmou o que já havia dito, e que poderia ter sido um AVC (acidente vascular cerebral) ou um tumor, mas já era constatado mesmo que era um problema neurológico, então ele solicitou o exame.

Fizemos todos os exames e foi constatado o problema neurológico, era um tumor na cabeça, o neurologista nos deu uma sugestão de fazer uma quimioterapia, mas isso não iria melhorar em nada, apenas dar uma sobrevida e que iria ter vários efeitos colaterais, essa situação já estava o prejudicando muito, pois ele já não estava enxergando mais, ele já não andava direito somente em círculos. Já não estava mais comendo e nem bebendo, ele em apenas um mês emagreceu 10 quilos e no dia 31/07/2014 com muita tristeza em nossos corações seu sofrimento acabou tivemos que sacrificar o nosso bebê, pois era assim que ele era chamado por nós, pois ele sempre foi um bebê, nunca havia se tornado um adulto.

E foi assim que chegou ao fim (pelo menos no plano terrestre) o Apolo, mas sempre com muito amor, dedicação, carinho de ambas as partes.

Uma frase que eu ouvi e é a mais pura verdade, é que eles nos dão amor sem pedir nada em troca.

 Quero deixar aqui todo o meu agradecimento por todos vocês que se dedicaram ao bem estar do nosso amado e tão querido bebê o Apolo, começando pela primeira veterinária dele a Dra. Erika, Dra Jéssica (Dermatoclínica www.dermatoclinica.com.br Rua Conselheiro Saraiva, 930 - Santana), o Dr. Ricardo Grilo e o Dr. Pedro (SOS Peludos www.sospeludos.com.br Av. Imirim, 412 Imirim), o Dr. Alessandro Kojima Cardoso, Dra Renata e a Dra. Mariana de Alencar Karamm (Hospital Veterinário Pompéia www.hovetpompeia.com.br Av. Pompéia, 699) o Dr. Benedito Lua Bomfim (Clínica Veterinária Horto Av. Parada Pinto, 2752 Horto Florestal clinicaveterinariahorto@hotmail.com) e Dra. Carolina Girardi Francisco (amiga da família).

Como diz a música Canção da América de Milton Nascimento “Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar


                                                      Última foto com o bebê

                                 Abaixo um vídeo com boas recordações dele.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Para sempre Senna

    Eternamente Ídolo



Falar de pessoas que conhecemos se torna algo um pouco complicado, falar de um ídolo então é muito mais complicado, ainda mais com tantas qualidades que não sei por onde começar e se tratando de um grande ídolo meu ai que fica ainda mais difícil mesmo.

Tive o privilégio de acompanhar um pouco da sua carreira (como torcedor e telespectador), mesmo que por pouco tempo, me fazia sentir que valia apena ser brasileiro, acordar de madrugada para vê-lo rasgando as retas, as curvas das pistas por onde ele desbravava a sua máquina e de carregar a bandeira da nossa pátria amada, o Brasil.

Ídolo de uma nação que sempre passou por dificuldades (e ainda passa), Senna, como era chamado por essa nação que ele tanto fazia questão de dizer de onde era, se sentem até hoje órfãos de alegria que só ele poderia proporcionar aos seus fãs. Perdemos um grande herói.

Sempre brigando por melhorias e por querer ser o primeiro em tudo, ele acabou se tornando muito detalhista com o seu desempenho dentro e fora das pistas. Mostrou também que temos que lutar por tudo aquilo que queremos com muita perseverança, dedicação e muito amor em tudo que fazemos. Seu lema era desistir nunca render-se jamais.

Os ensinamentos que ele nos trouxe me deixa um tanto quanto revoltado com as coisas no nosso país, mas não pelo país em si, mas pelas pessoas que o governam e com alguns brasileiros que se contentam com tão pouco.

Hoje infelizmente comemoramos 20 anos da sua morte, o dia que o mundo jamais se esquecerá.

O fatídico dia

O fim de semana já começara com muitos acidentes, o primeiro foi com o também piloto brasileiro Rubens Barrichello que na sexta-feira nos treinos sofreu um grave acidente, mas apenas com o nariz quebrado e um grande susto, o segundo e muito mais grave, ocorreu com o piloto austríaco Roland Ratzenberger que morreu após se chocar violentamente com o muro.

Já no domingo na sétima volta veio o acidente que nos tirou para sempre (pelo menos fisicamente) o nosso grande e único ídolo que já tivemos que sempre nos trouxe muitas alegrias principalmente quando ele parava e pegava uma bandeira do Brasil, fazendo com que ela tremulasse ainda mais forte na sua mão.

Escrevendo esse texto e vendo alguns vídeos fiquei muito emocionado, tenho e/ou tinha dois ídolos, um é esse que faço a minha singela homenagem que não poderei mais conhecer nessa vida, espero que um dia possamos a nos encontrar em um lugar muito melhor que esse. Sempre falo brincando que o único defeito dele é que ele era corintiano.

Saudades Ayrton Senna da Silva, ou simplesmente, Senna do Brasil.